quarta-feira, 7 de maio de 2014

Sem freio

Eu preciso de qualquer coisa que tenha garra, vida, gana, tempero. De qualquer coisa que tenha ritmo, balanço, recheio... de qualquer coisa que ande, grite, fale, aperte. Eu preciso de cores, sabores, de garganta, pescoço e boca... de toda visceralidade existente. Eu preciso de um nó ou laço, de um traço, de um contorno, corte e embaraços. Preciso de ideias, projetos e declamações... de doses, cartas na manga, revoluções. Preciso de contos, Machados, Pessoas, Clarices. Eu não preciso da normalidade, da baixa frequência e desonestidade; não preciso da falta, do morno, do não-existente, não preciso da corda bamba, do descontente, descumprido e descolorido. Não preciso da boneca inflável, do vinho doce nem das migalhas de outrora.


Fonte da imagem: Google.

2 comentários:

  1. É mta intensidade pra uma pessoa só. nossa! lindo!

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  2. Mentiras sinceras, verdades dramáticas, camarins cheios de personagens que podem ser vestidos e se tornam aquilo que desejamos ser por instantes, pra sempre ou só por uma única vez.
    Todos são ensaios de uma peça que não será encenada por não dizer tudo, por não mostrar tudo. Porque o tudo é demasiado.
    Aquietar-se para mexer com ritmo e com graça. Mostrar apenas o suficiente. É mais sábio.
    Encoraje o outro a fazer o esforço necessário para conhecer o que está por trás da imagem exposta.
    Assim se solta o freio com elegância e sutileza.
    Marta.

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