quarta-feira, 29 de junho de 2011

Cuide-se.

Guarde o seu bem mais precioso, querido. Cuide e preserve o seu coração. Não o entregue ao desconhecido, sujo, escuro. Feche-o com chaves de ouro, chaves que trancam cadeados de pedra. É Nele que estão os seus princípios, amigo. É nele que guarda o melhor que há na experiência de vida. É ele que suporta suas transgressões, é somente dele que você precisa.
Vamos, meu caro, não mostre a sua jóia, ele pulsa em seu nome, é absurdamente dependente do seu cuidado para que não se fira ou se parta de forma irreversível.
Coloque o teu coração num pedestal e jamais o tire de lá sem ao menos ter provas convictas de que ele irá ficar bem... Ele confia tanto em você.
Não tenha que gastar fortunas de lágrimas para curá-lo, necessitando de doações de abraços e palavras para estancar suas feridas profundas. Não se permita chegar a esse estado, senão essas serão as tuas lamentações posteriores: “Eu devia ter tido mais atenção, devia ter o amado e o preservado”. Não ofereça o seu “pequenino”, nem tudo e/ou todos o merecem nem fazem ideia do quão precioso ele é. 












terça-feira, 28 de junho de 2011

Indolor.

Não acredito mais em Deus. Acredito sim, em sua existência, mas não acredito no poder da oração, ou no quanto ele é bom e digno, sobretudo no que ele faz e "abençoa" as pessoas. O mundo é o mesmo desde sempre, e será eternamente assim: Uma piada cruel! 
 As pessoas são iguais, a diferença são os endereços, classe social, nomes e as cores da pele. O que faz a vida é o momento, e a injustiça prevalece quando exageradamente o ser humano sofre. O que se diz felicidade é o agora, sorrisos, "momentinhos" medíocres, entretanto ninguém, veja bem, “ninguém” é inteira e completamente feliz. Há sempre uma tristeza aqui, outra ali, uma decepção aqui, ali e acolá, porém o mais intrigante é que cada um tem sua porcentagem de dor, então sempre existe quem a vida não tem pena; Mete bala! Manda ver! 
Não existe formula ou estudo científico que explique a dor, a falta de algo dentro do coração ou da mente, algo para suprir um vazio sem fim, um tormento diário, um adeus àquela paz que durou pouco mais de cinco segundos e demora a todo custo a retornar. 
"Socorro", a música de Arnaldo Antunes descreve o que eu penso. O que eu ‘penso’, porque "sentir" é algo desconhecido em mim no momento, fase, ou seja lá o nome que se dá a isso. Às vezes eu amo, noutras não quero nem ver. Às vezes eu vou atrás, noutras abro mão. Às vezes eu quero, noutras abomino. Às vezes eu opto, outras eu critico. Às vezes eu penso, outras eu faço. Às vezes sim, outras decididamente não. Há alguns anos atrás eu fiquei boquiaberta com a frase de Clarice Lispector que diz: "O que obviamente não presta sempre me interessou muito." Fiquei abismada como um ser HUMANO pode se interessar pelo que não tem valor, pelo que a sociedade critica, pelo que se denomina não servir e outros seres que também se classificam humanos seguir piamente esse texto, dessa forma o tomando como frase que descreve a si próprio, hoje em dia, parece até que fui eu mesma quem escreveu. A banalidade. O mau humor. O mau trato. O desamor. As agressões. Os pensamentos negativos. Isso tudo, absolutamente, leva a mim e a milhares de pessoas a se tornarem incrédulas e cheias de insensibilidade, ou pode-se dizer: melancolia exacerbada.



quarta-feira, 15 de junho de 2011

Meu amor

Confesso que ando rindo pelos cantos. Confesso que o meu "estado tem estado" permanentemente à flor da pele. Confesso que fico segundos olhando para o chão, teto ou qualquer outro canto e imagino como será daqui a alguns anos, ou até mesmo se daqui a alguns minutos você irá telefonar, ou se somente irá ligar quando estiver em frente a minha porta; e dizer o que já é de praxe: "Abra aqui!". Confesso que sinto o seu cheiro antes de dormir e acordo com ele em mim. Confesso que me irrito com os seus palavrões em excesso, mas supero rapidamente porque fico louca só em ouvir a tua voz em alto e bom som. Confesso que não quero mais lutar contra esse sentimento, e quero nunca mais abrir mão. Confesso qualquer paranóia, ciúme e birra, mas nego todo o resto. Confesso ser viciada em olhar/tocar suas mãos e a sua barba mal feita, e adoro quando você a deixa assim para me agradar. Confesso estar viciada em você, em você e eu, nós dois juntos, nós dois grudados, nós dois pra lá e pra cá, por aqui e por lá.
Confesso estar sem saída, afogada em mim e nessa louca-apaixonante viagem. Tranco-me no quarto aos berros e pergunto em frente ao espelho: Por que, hein? Não podia maneirar na intensidade, não? Por que essa supervalorização do seu ego? Por que essa necessidade de ser exagerada, lúcida e complexa? Dá pra não sentir prazer de vez em quando, poxa?
O espelho permanece em silêncio. E então me dou conta de que sou usada pelos meus medos e por minhas vontades. O tudo ou nada, o agora e sempre, definitiva e absolutamente "eu".

Eu confesso que adorei as flores. Ah! E que eu... Amo-te.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Noite cheia.

Lua cheia pede. Pede um café amargo, um filme quente e uma cama pouco confortável. Pede a música e a nostalgia. Pede o apreço com espiritualidade. Pede calor ou frio, sem extremos. Ela é cheia, sutil e têm desejos.



quinta-feira, 9 de junho de 2011

Entre ser ou não ser, vivo.

É indescritível a sensação de recomeço. Abrir mão de dias, meses e até mesmo anos de dedicação para correr contra o tempo e realizar desejos deixados para trás. A psicologia é o meu maior desafio, hoje, a minha melhor decisão. Desde questionamentos antigos sobre minha profissionalização, de antemão cheguei à conclusão sobre estudar a mente humana. Mas ora, mestres já fizeram isto, não é verdade? E se eu não puder acrescentar, no mínimo me tornarei discípula - apaixonada - diga-se de passagem. O objetivo existe, a vontade é suprema e a paixão maior a cada dia, desejando ser alimentada para enfim concretizar dentre outros; o maior desejo. Jamais chegarei ao ápice do conhecimento, não, não é para tanto, mas a sua busca já me torna apta, feliz. Busca do entendimento; poderá ser inatingível, mas nunca em vão.



 






quarta-feira, 1 de junho de 2011

A dor da gente não sai no jornal

Posso ouvir Chico Buarque até doer os ouvidos? E será isto possível? Posso ouvi-lo até o meu coração parar de doer? Posso pensar em suicídio e ao mesmo tempo gargalhar o prazer de sentir a fundo minha própria alma? Deixa, deixa eu te contar sobre essa sensação: Que delícia esta voz, que me diz de uma forma explicita e sutil (paradoxalmente mesmo) sobre o amor e o seus efeitos numa mulher. Como consegues? Como consegues tocar profundamente o meu ser, como se arrancasse qualquer sentimento destrutivo lá de dentro, mexendo com todos os meus sentidos? Desestrutura-me e monta-me no mesmo tempo, um tempo que não existe. Por que sabes que preciso que deixem em paz meu coração que ele é um pote até aqui de mágoa? Por que esse sorriso sublime, essa voz doce e esse jeito tão peculiar? Por que falas de assuntos que estupram da forma mais violenta a minha atenção, implorando-me para que meu corpo te ouça do jeito mais vulgar? Não canso e jamais cansarei de agradecer a existência de Chico, charmoso, visceral, poeta, épico, não-careta Buarque de Hollanda.