sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Prazer em ler

A minha religião é os livros, a minha paz está no cheiro das palavras. O meu amor está no contexto e, todo o meu prazer nas entrelinhas. A verdade está nas letras, as repostas estão na literatura contida ou na teoria escondida. Sou refém da musica letrada e das letras musicalizadas. Sou órfã de grandes poetas, vítima de suas inspirações, fã de quaisquer explicações. Excitação é devorar histórias, contemplar memórias e interpretar sensações. A leitura é quase a Felicidade Plena - aquela que Freud chama de inexistente - é quase o cessar do tormento, é quase um parto sem dor, é quase o sorriso, é quase tampar o buraco gigante que habita no peito, é quase um mundo sem guerra, é quase alcançar justiça, é quase o abraço, é quase o cheiro daquele alguém, é quase matar a saudade, é quase conceber a verdade, é quase amor... Mas é além. 


Fonte da imagem: Google.

Passado que não passa

Estava escuro. Era uma cegueira prematura, perversa, controversa. Durou muito tempo a venda nos olhos, o calor mal distribuído e o excesso de duvidas; a explosão de incertezas e a tortura.

Não havia caminhos, não havia espaço, só embaraço. Mal entendidos, descompromissos e equívocos...

Pensamentos destruidores, energias gastas, densas sensações, satisfações efêmeras. Era um joguinho de horror, mal estruturado e com personagens psicologicamente dilacerados, uma verdadeira brincadeira de mau-gosto com momentos indeléveis e emoções drásticas.

Dor incansável, trauma eternizado, sonhos esmagados. Sem nenhum ganhador, pois nesse entretenimento todos retiram um pouco do tempo de vida e da motivação dos participantes presentes. 

E, diferente do que se pensa, o recomeço é a fase, paradoxalmente, em que as ideias mais cambaleiam e confundem-se, desestruturando tudo para enfim remontar.

Interminável e doloroso quebra-cabeça da vida.

Dia do Psicólogo

Tentei ser poeta, mas não achei o caminho. 

Decidi escrever para os jornais, daí errei no português. 

Quis encontrar libertação na literatura, apaixonei-me pela visceralidade de Fernando Pessoa, desisti. 

Pensei no salário, mas a engenharia não me satisfez. 

Tive o "insight" de tornar-me musicista, mas não levo jeito para coisa.

Por fim, decidi tocar à alma humana, juntei todas as emoções e optei pela Psicologia.