sexta-feira, 11 de março de 2016

por um triz

Era março de um ano qualquer e ela acordou pronta.

Não tinha maquiagem em sua pele, sequer roupa em seu corpo que teimava em suar, era a esperança personificada; olhos tristes e ombros pesados, a mente borbulhando e o peito (onde havia desejo) estava sem fôlego. O desejo que habitava nela era o de continuar a viver.
Embora as teorias existencialistas fossem seu travesseiro noturno, a incerteza sobre o sentido da vida era o seu maior aconchego, era o seu berço. E a impossibilidade da duvida lhe causava dor, a inexistência da dor, alimentava o desespero. Eis então que o sentido era justo esse, continuar: abrir os olhos, respirar, ver-se frente ao espelho. Sentir seu sangue correndo pelas veias e o coração palpitar, tornou-se seu absoluto objetivo. Eis que a descoberta dos dias que surgem - e chegam - é a explícita felicidade. A felicidade estava canalizada em permanecer viva e ativa.

Descobrira ainda jovem que não há outro caminho, senão, o de caminhar.

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Fonte da imagem: Google.