quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Choque interior

Esqueci como se faz um belo e inapagável drama pessoal, deixei de lado momentos de tortura e autorreflexão. Parei de alimentar minha vaidosa e exclusiva solidão. Desacostumei o espelho a ver a minha imagem. Abri mão de algumas músicas, desapeguei de lembranças. Reverti papeis, desfiz certos hábitos, anulei instintos. Sucumbi diante do marasmo, barbarizei com os excessos, joguei no canto da sala minhas produções, paralisei meu ímpeto e coragem, guardei no armário o peito dilacerado, despoetizei, submeti, cedi. Fiz as pazes com a realidade, entretive-me com as novidades, voltei com a TV, socializei, não seletei.
Esqueci-me de mim.

Fonte da Imagem: Google.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Sobretudo

Eu tenho milhões de traços e você não sabe da missa um terço. 
Tenho em mim a cor, a flor, o calor e complexo de complô. A insegurança, a insensatez e limite nenhum. Um lado explícito e nítido, outro escondido, reprimido. Um que te conto, outro te aponto; alguns, são os outros que dizem. Tenho uma face à mostra, composta e outra, - aquela que escondo em meu quarto - é bem medrosa. Vou perambulando entres os seres, atribuindo prazeres e desenvolvendo escudos. Sou vítima, réu, culpada, sou ingenuamente influenciada, sou humana. Alimento paranoias, cuspo ciúme, gargalho alegria, trago a dor e gozo a satisfação. A subjetividade me ajuda a viver e esse é um ponto forte. É com uma partícula subjetiva de "mim" que me fortaleço, me aceito, me respeito. E me fortalecendo, me aceitando e me respeitando: fortaleço, aceito e respeito o outro.