Céu e inferno

Sou visitante mesmo: visitante do suposto nada, do bizarro, do sombrio. Visito paraísos também, claro! Minha alma é viajante, exploradora, insaciável; eu me equilibro nos abismos, cheiro plantas novas com todo prazer, mergulho em mares desertos, também. Há um carnaval dentro de mim, o externo só acrescenta - ou diminui, os temperos da minha mente. Sou carnaval todos os dias. Sou barulho, confusão, mistura, carne, humanidade.

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Desejo

Eu quero todos os gostos poéticos que eu puder (ou não) saborear
Quero também o largo encontro com o curto tempo
Desejo observar os dois lados da moeda
Comer dos mais doces aos mais amargos temperos
Não caibo inútil, inerte 
Não visito a lucidez
Movo-me de experiências

Só me interessa o surreal.

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