É notória e descabida a violência humana. São contraditórias e destemidas as involuntárias agressões. É um palco de horrores com atores minunciosamente maquiados. Um show de terror, um desacato ao amor. Tantas pregações, tantos pedidos de perdões, mas onde estarão os corações? As noticias metralham, esfolam e estrangulam nossa dignidade e cordialidade. Desespero, medo, apreensão... E ainda me dizem que tenho liberdade de expressão. Liberdade de expressar o que? Discursos ensaiados, direitos desrespeitados e textos copiados? O que me vejo em minha frente, são homossexuais sendo estapeados. Pisaram no meu pão e disseram ser feito do diabo, coitado! O abraço, o cuidado, o diálogo, esses foram descartados, desvalorizados, frutos da ignorância cultuada. Mas há o conhecimento, há o discernimento e eles sim trarão as chaves da prisão.
Me perco debaixo dos lençóis e dos nós. Abraço o que é divino, supero o que é maligno e já não grito: Suspiro! Perdi as estribeiras, nadei contra a correnteza, procurei o lado oposto do estorvo. Berrei em silêncio, pedi por socorro, não reconheci o gosto. Cantei baixinho, falei pouquinho, perdi o chão, a estrada e maltratei meu coração. Andei pela noite, proseei com a lua e neguei o perdão. Mas o tempo arrancou, agora estou falida sem voz e sem ferida, com as veias expostas, mas sem nenhum arranhão. Desapareci com os traumas, sublimei as inverdades, revivi minhas vontades e coloquei os meus pés no chão.