quarta-feira, 13 de maio de 2015

amor-tecedor

De lá pra cá, de sol a chuva
De lua em lua
Ele fica cru, as vezes torrado
Eu não sabia que ia ser pra tanto
Quanto líquido!
É que me incomoda esse descontrole, esse apelo torpe
É como ver a cerca, entrar na gaiola
Contraditoriamente libertador - já que voo distante
É como ter centenas de poesias na ponta da língua
E ter o cheiro de todas as flores do mundo, no nariz
É como morrer afogado ou desaprender a respirar (falta ar!)
É sanidade louca e também uma loucura sensata
É despejar calor e aturar o frio
Ora desesperador, ora confortante
Ora apaziguador, ora turbulento
Desigual, imoral, tolo
ambivalente
Não sabe-se qual hora 
Vai embora, vai
Mas volta
E aflora.


Fonte da imagem: Google.

Que dirá?

Talvez eu só precise da leveza que você me traz. Talvez eu só precise de um carinho torto assim, talvez eu nem precise viver, é loucura demais. Talvez isso desapareça ou não floresça nunca mais, talvez eu me dê conta, peça a nota, tire a prova e volte atrás. Talvez eu desapareça ou entorpeça de solidão, talvez eu enlouqueça nitidamente com a aproximação, talvez eu corte, talvez force ou desanime, talvez eu entorte a boca e feche a cara, talvez eu morra - ou viva - à espera da libertação. Talvez eu seja invisível, senão, transparente demais, talvez eu não sirva para o seu pé ou não te desarme. Talvez eu cresça, talvez eu mude, talvez o tempo passe e eu me cure.