segunda-feira, 7 de julho de 2014

Fim trivial

A tragédia nunca foi o meu "forte", mas o drama sim, ele esteve sempre presente. Aliás, em que drama não há tragédia? Quais tragédias não são conflitantes? Qual a linha de separação entre o conflito e o drama? Ouvi dizer que o conflito é irmão da dor, que é prima do amor. Mas a dor não quer saber da poesia (não mais!), nem a poesia quer saber da alegria; a alegria não quer saber do amor faz tempo, o poeta perdeu o rumo, o canto desafinou, a carta rasgou, o espelho quebrou, a coluna entortou. O amor pediu arrego, não suportou, falhou. De repente sumiram todos, a poesia, o amor, a alegria, a dor, o drama, a tragédia... foram reprimidos, oprimidos, marginalizados. Não sobrou nada, nem resquício de esperança, rancor, calor: nada! O vazio do mundo os levou para o infinito, os levou para o mundo do silêncio e precipícios. Nem uma gotinha de saliva para contar a história! Nem um pouquinho de história para beber da saliva... e como se já não bastasse toda essa destruição, os cantos-de-boca perderam os seus beijos! Contrário do que muitos pensam e dizem, os finais não são trágicos, a tragédia também é uma emoção e o fim é pobre demais para sustentar emoções.