quinta-feira, 26 de maio de 2011

Vontade intensa/Intensa vontade.

O  belo, o forte e o quente. 
O inigualável, irremediável, surpreendente.
O contra, às vezes a favor. 
A opinião, o conceito com recheio de ideias. 
O surreal, inimaginável, mágico e excitante. 
O beijo consequente do “não!”.
A inteligência, o sarcasmo e toda a sensualidade.
Sexy, arrepiante, comovente. 
Chorar de rir, rir de chorar. 
Sentir dor, pedir dor, fazer dor.
Cuspir, suar, gritar; tocar, olhar, enojar.
Crer, fazer, nada acontecer.
Ir, voltar e enfim respirar; aliviada, satisfeita, realizada e pronta para um “pouco” mais.




"Não quero beber o teu café pequeno. (...) Tudo quero mais ou menos quanto, vida vida, noves fora, zero. Quero viver, quero ouvir, quero ver".

terça-feira, 24 de maio de 2011

Samba do grande amor

Chico Buarque

Tinha cá pra mim
Que agora sim
Eu vivia enfim o grande amor
Mentira
Me atirei assim
De trampolim
Fui até o fim um amador
Passava um verão
A água e pão
Dava o meu quinhão pro grande amor
Mentira
Eu botava a mão
No fogo então
Com meu coração de fiador
Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor
Mentira
Fui muito fiel
Comprei anel
Botei no papel o grande amor
Mentira
Reservei hotel
Sarapatel
E lua-de-mel em Salvador
Fui rezar na Sé
Pra São José
Que eu levava fé no grande amor
Mentira
Fiz promessa até
Pra Oxumaré
De subir a pé o Redentor
Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor

Mentira.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Decifro-te ou devoro.

Primeiro eu quero deixar claro que dói. Como dói!
Minhas pretensões, intenções e invenções são extraordinariamente intrigantes.
Eu leio olhares, gestos, reações; tento pegar no ar um pouco da respiração alheia em busca de uma emoção ou pensamento. Quero engolir o que sentem, absorvo em demasia a energia das pessoas ao redor e me sinto no direito de - ao menos - decifra-las. 
É um questionamento pessoal, uma vontade peculiar, irresistível, incontrolável. Admito enfaticamente: Tenho necessidade de analisar, decifrar e desvendar.

Decifrar amores, pessoas.
Decifrar amizades, traições.
Decifrar jornais, leitura.
Decifrar personalidades, falhas.
Decifrar imprevisões, natureza.
Decifrar sensações, feridas.

O grande objetivo dessa minha eterna busca é criar novas expectativas e perguntas. É viver descobrindo incessantemente; satisfazendo o meu ego e, aproximando-me cada vez mais do abstrato.


"Sofro com toda a força do mundo porque amo com a intensidade de um cometa".

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Hoje

Dia frio e eu estou com um sono incondicional... 
Minha vontade era nem levantar da cama. Dormir, dormir e dormir, até saciar inteiramente o meu sono. Quando acordasse tomar um café bem gostoso, ouvir uma boa música e viajar pelo meu mundo, o qual existe dentro de mim, o caminho desconhecido que só eu tenho acesso. 
Não podia, ou melhor, não devia perder a concentração no trabalho, mas hoje, só por hoje eu quero ficar na minha, quero não falar, não me mostrar, continuar aqui escondida num canto da sala.
Muitos números, puro raciocínio lógico e, a lógica passa longe de mim. A unica palavra que existe na matemática e combina comigo é: Incógnita.
Estou estimulada, ainda, o maldito do desânimo não bateu a minha porta, estou somente respirando para dentro; pensando, analisando, com sede de uma água exclusiva, que só eu tenho, contente por gostar de mim. Hoje, eu não quero dividir, não, não quero. Com ninguém. Amanhã quem sabe... Mas por hoje estou sentindo o meu gosto, o meu sabor, me deliciando, namorando a mim. A sensibilidade está tão presente que posso ouvir os passos alheios, a respiração, o tic-tac das canetas e até mesmo os pensamentos de cada um ao meu redor. Mas os meus olhos, minha vontade, meu amor, minha atenção está inexplicavelmente voltada para mim. Estou assim. Sou assim. Intuição tagarela essa minha.

"Depois de todas as tempestades e naufrágios, o que fica de mim em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro".

sexta-feira, 13 de maio de 2011

... como um toque

Você tenta fantasiar, ludibriar, enfeitar, contornar, aumentar, confundir, atuar, mas nada - em absoluto- adianta. A realidade é tão viva quanto a morte. É a partir deste pensamento que você percebe que é impossível fugir do acaso.



"Toma um café, que o mundo acabou faz tempo"

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Espécie em extinção

A nossa lua é cheia. O nosso mar é calmo. O nosso sol arde à pele. Nossos corações aceleram sem controle. Nossa respiração é ofegante. Nossos animais de estimação são filhotes. Nossa dor constante é a saudade. Nosso sonho é sentir menos. Nosso remédio é a música. E a nossa inspiração, é o outro.





sexta-feira, 6 de maio de 2011

terça-feira, 3 de maio de 2011

"Apesar de você, amanhã há de ser outro dia"

Uma semana antes de fazer aniversário você não consegue conter-se de tanta ansiedade. Sabe que em seu mundo, será o centro das atenções, talvez no mundo dos familiares também... Talvez.
Preocupa-se em como irá comemorar, se pergunta quais presentes irá ganhar, se "aquela" pessoa irá ligar para desejar felicidade e etc. O dia enfim chega, algumas expectativas são supridas, outras decepções adquiridas, provavelmente um dia divertido, ou não. O dia enfim passa. E então parece que o mundo voltou ao normal, mas depois você percebe que nada saiu do lugar, está tudo igual, as pessoas nem lembram mais e você nem é tão importante assim para todo mundo que lhe disse isso. Algumas te desejaram "parabéns" por educação, outras foram na sua festa somente para beber e claro, não tinham mais nada interessante para fazer. Exceto os amigos, que estão "junto", tentam proporcionar as melhores emoções e demonstram o quanto te amam. Então chega o momento insuportável; o peso, a nostalgia, é quase uma ressaca moral. E tudo o que mais se quer é que essa "lembrança" de pós-aniversário vá embora. Que a semana passe, para que sua expectativa "pré" retorne daqui há uns meses.
Enfim, a maravilhosa lembrança do "meu dia", a qual eu faço questão de saborear a cada palavra lida é a do momento em que eu ganhei O livro, um dos mais interessantes que já li. Nada melhor que um romance de Chico Buarque para calar essa inquietação, curar a ressaca emocional e recolocar cada pedaço, do que se moveu por dentro, em seu devido lugar.