sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Momento Holanda.

A nostalgia é tanta, um tanto quanto melancólica. Um gosto amargo, um cheiro cítrico, temperatura incômoda, mãos frias, ponta do nariz gelada, voz rouca, cabelos emaranhados, unhas com esmalte descascado e cutículas saltando; roupas pelo chão e uma cama desconfortável sob o meu corpo. Na caixa de som: A voz, o tom e respiração de Chico. Volume máximo. Hoje é o dia da overdose. Com suas canções ao fundo, veio até mim um delirante pensamento: Não faço cinema, não posso ser mil e pode existir outra igual, mas daria tudo para ao menos ser uma personagem efêmera da sua trama!




terça-feira, 13 de setembro de 2011

Oi!

Vem aqui, sente-se. Vamos dividir um café. Me deixa tragar do teu cigarro, talvez assim sinta o gosto da tua boca. Fale-me de você, me conta sobre o que te inspira; sobre o que te irrita, qualquer coisa, mas diz, grita ou sussurra, só não me empresta o teu silêncio que ele não combina comigo. Vamos contemplar a lua, falar sobre literatura ou culinária, ou sobre qualquer coisa que queira, mas me diga coisas. Coisas que queira dizer, ou se não quiser, me empresta aquele olhar transparente que transmite pureza e sentimentos, uns ruins, outros bons, mas que me deixam molhada de suor.

Consegue ouvir? Hipnotizo-me ouvindo a sua respiração. Ou será que ouço o meu coração? Não, não, insisto que é a tua respiração... Ouço tão dentro de mim, como respiras alto! Engraçado que durmo ouvindo o mesmo som, acordo com ele em volume baixo e com o passar do dia ouço cada vez mais alto. Por que ainda que longe de você escuto os teus suspiros? Jogaste feitiço em mim, criatura! Mas vamos lá, agora estou pronta para ouvir: Quem é você?





segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Sintomas da emoção.

Só vale a pena envolver-se com quem te fará protagonista de uma história de amor. Viver estórias - como as daqueles filmes ruins - pra quê?
Não se deixe contaminar: Pela superficialidade, amor mal feito, beijo sem vontade e palavras sem verdade. 
Goste com sinceridade, não se doe pela metade, viva o verbo "sentir", com intensidade. 
Perder a liberdade é entrar em conflito consigo, reprimir vontades.
Liberte-se, suprindo desejos da alma que anseia por emoções; ceda, coma e beba do que te faz suspirar.
Supere o preconceito, acate a sensibilidade nua e quente, nela não existe sensatez e sim vida com sabor doce, às vezes amargo, jamais sem gosto. Experimente as sensações, sinta na pele - em carne viva - rasgue o coração e abra a cabeça. Acredite no que direi a seguir: Careta é sopitar.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Prazer.


Olhe. Toque. Cheire. Sinta. Contemple e experimente. Aprecie o sabor, ouse criticar e submeta-se a usar. Use e abuse, sem pudor, limite ou preocupações.

É verdade que o prazer nos anestesia, paralisa, e nos domina; permita-se, portanto. A lembrança é inevitável, irresistível, o seu corpo, seus sentidos e a sua alma irão pedir, implorar, clamar por bis.
O cenário se repete, seus dons enlouquecem e o seu ego, verdadeiramente
agradece. Uma dose a mais e o excesso nos faz parar pra pensar, pensar em parar, afinal não queremos efeitos diários, consecutivos, existe o grande “medo de viciar”, analiso. Mas senão pelo vicio, o que nos faz permanecer, praticar, e constatar preferências? O vicio desperta o querer, que desperta o poder e, enfim nos faz ter. Faz de nós peculiar, particular, único. Permite-nos dizer com propriedade o que gostamos e o que não queremos, e é exatamente isso que nos torna diferente do outro, um tanto interessante.
A necessidade de absorver, mudar de tom, querer o novo é evidente e fugir disso nos torna fracos, vazios.
Aceite. Se aceite.