sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Passado que não passa

Estava escuro. Era uma cegueira prematura, perversa, controversa. Durou muito tempo a venda nos olhos, o calor mal distribuído e o excesso de duvidas; a explosão de incertezas e a tortura.

Não havia caminhos, não havia espaço, só embaraço. Mal entendidos, descompromissos e equívocos...

Pensamentos destruidores, energias gastas, densas sensações, satisfações efêmeras. Era um joguinho de horror, mal estruturado e com personagens psicologicamente dilacerados, uma verdadeira brincadeira de mau-gosto com momentos indeléveis e emoções drásticas.

Dor incansável, trauma eternizado, sonhos esmagados. Sem nenhum ganhador, pois nesse entretenimento todos retiram um pouco do tempo de vida e da motivação dos participantes presentes. 

E, diferente do que se pensa, o recomeço é a fase, paradoxalmente, em que as ideias mais cambaleiam e confundem-se, desestruturando tudo para enfim remontar.

Interminável e doloroso quebra-cabeça da vida.

Um comentário:

  1. Em um enfrentamento não há ganhadores. Todos são perdedores. Em algum momento alguém se deixou levar pelo desequilíbrio e perdeu de vista o cerne da questão. Deixou de lutar ou discutir pelo objetivo e fez com que sua vontade prevalecesse.
    Em um bom combate não se luta por posição. Isto é tolice. Luta-se por objetivos. Mas ponderando e admitindo que o outro também pode ter seus motivos, a contenda termina antes de começar. E todos saem ganhando. E aquela certeza inicial é só um blefe para complicar o quebra-cabeça da vida.
    Marta.

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