Por amor a gente grita, revira a vida, sua as mãos
Por amor a gente se vira, se estripa, se vulgariza
Por amor a gente corre, colore, magoa o coração
Por amor a gente inventa, imagina, rasga o roupão
Por amor a gente expõe a alma, contrapõe a razão
Por amor a gente emburrece, enlouquece, ensurdece
Por amor a gente quebra a casa, a cara, a cama
Por amor a gente limpa a pele, o cabelo, as unhas
Por amor a gente larga o mundo, sente-se em lacunasPor amor a gente cresce, floresce e rejuvenesce
Por amor a gente recomeça, monta as peças
Por amor a gente reconstrói o peito, não dorme direito
Por amor a gente se esquece, rebola, remexe
Por amor a gente ama, se angana, se estranha
Por amor a gente mente, desama, reanima
Por amor a gente ensina, vasculha, aprende
Por amor a gente diz, não diz, contradiz
Por amor a gente vive, morre, ressuscita.
Fonte da Imagem: Google.
Luís de Camões há séculos brindou-nos com todo o lirismo da poesia portuguesa:
ResponderExcluir"Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer,
é um andar solitário entre a gente,
é um nunca contentar-se de contente,
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade,
é servir a quem vence, o vencedor,
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?"
Recomendo visitar o blog de poesias de Marcelo Cantalice Dias:
desejosevirtudes.blogspot.com
Marta.