segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Põe amor

Por amor a gente tenta, se descabela, se descompensa
Por amor a gente grita, revira a vida, sua as mãos
Por amor a gente se vira, se estripa, se vulgariza
Por amor a gente corre, colore, magoa o coração
Por amor a gente inventa, imagina, rasga o roupão
Por amor a gente expõe a alma, contrapõe a razão
Por amor  a gente emburrece, enlouquece, ensurdece 
Por amor a gente quebra a casa, a cara, a cama
Por amor a gente limpa a pele, o cabelo, as unhas
Por amor  a gente larga o mundo, sente-se em lacunas
Por amor a gente cresce, floresce e rejuvenesce
Por amor a gente recomeça, monta as peças
Por amor a gente reconstrói o peito, não dorme direito
Por amor a gente se esquece, rebola, remexe
Por amor a gente ama, se angana, se estranha
Por amor a gente mente, desama, reanima
Por amor a gente ensina, vasculha, aprende
Por amor a gente diz, não diz, contradiz
Por amor a gente vive, morre, ressuscita. 


Fonte da Imagem: Google.

Um comentário:

  1. Luís de Camões há séculos brindou-nos com todo o lirismo da poesia portuguesa:

    "Amor é fogo que arde sem se ver,
    é ferida que dói e não se sente,
    é um contentamento descontente,
    é dor que desatina sem doer.

    É um não querer mais que bem querer,
    é um andar solitário entre a gente,
    é um nunca contentar-se de contente,
    é um cuidar que ganha em se perder.

    É querer estar preso por vontade,
    é servir a quem vence, o vencedor,
    é ter com quem nos mata, lealdade.

    Mas como causar pode seu favor
    nos corações humanos amizade,
    se tão contrário a si é o mesmo Amor?"

    Recomendo visitar o blog de poesias de Marcelo Cantalice Dias:
    desejosevirtudes.blogspot.com
    Marta.

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