... as palavras precisam de braços, energia pura e coração aberto para que entrem e se façam penetrar.
segunda-feira, 7 de julho de 2014
Fim trivial
A tragédia nunca foi o meu "forte", mas o drama sim, ele esteve sempre presente. Aliás, em que drama não há tragédia? Quais tragédias não são conflitantes? Qual a linha de separação entre o conflito e o drama? Ouvi dizer que o conflito é irmão da dor, que é prima do amor. Mas a dor não quer saber da poesia (não mais!), nem a poesia quer saber da alegria; a alegria não quer saber do amor faz tempo, o poeta perdeu o rumo, o canto desafinou, a carta rasgou, o espelho quebrou, a coluna entortou. O amor pediu arrego, não suportou, falhou. De repente sumiram todos, a poesia, o amor, a alegria, a dor, o drama, a tragédia... foram reprimidos, oprimidos, marginalizados. Não sobrou nada, nem resquício de esperança, rancor, calor: nada! O vazio do mundo os levou para o infinito, os levou para o mundo do silêncio e precipícios. Nem uma gotinha de saliva para contar a história! Nem um pouquinho de história para beber da saliva... e como se já não bastasse toda essa destruição, os cantos-de-boca perderam os seus beijos! Contrário do que muitos pensam e dizem, os finais não são trágicos, a tragédia também é uma emoção e o fim é pobre demais para sustentar emoções.
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Do poeta português com vários heterônimos - Fernando Pessoa:
ResponderExcluir"O poeta é um fingidor
que finge que é dor
a dor que deveras sente"
Fernando Pessoa era reservado o suficiente para não se deitar no divã do psicanalista. Entretanto, foi inteligente o bastante para, como Álvaro de Campos, garantir algumas horas de sua vida em suas escamoteadas sessões de análise.
É como ele escreveu:
"Tudo vale a pena se a alma não é pequena"
Lendo seus escritos, Iasmin, constatamos bons elementos que provam que não se deixou de produzir o que valha a pena. Basta ter quem dê o valor merecido. Este mérito você tem.
Marta.