quinta-feira, 16 de maio de 2013

Escrevendo e sobrevivendo

Eu vou escrever até cair os dedos, até secar as lágrimas e o soluço cessar. Eu vou escrever até contorcer os ossos, até a língua ferir e os quadris enferrujarem. Vou escrever quando faltar voz, conteúdo ou imagem. Vou escrever pra contar, pra esquecer, pra fazer, pra cuidar ou descuidar. Vou escrever pra doer, pra correr, pra acariciar e para me lembrar. Vou escrever pra chover, pra ventar e nublar. Vou escrever pra viver, pra morrer, pra justificar. Vou escrever por não ter, pra saber e pra me lamentar. Vou escrever pra beber, pra comer e poder respirar. Vou escrever sem juízo, sem feitiço e sem me cansar. Vou escrever por sobrevivência, por carência e pra não desgastar. Vou escrever pra criar, pra aturar, pra atuar, pra alimentar e poder viajar. Vou escrever pra manter, pra sangrar e me poetizar. Vou escrever pra você, pra quem crê e pra te emocionar. Vou escrever por lazer, por prazer e por não me bastar. 

2 comentários:

  1. E conseguiu...me emocionou! E eu quero viver muito, pra ler sempre todo o que escreveres.

    ResponderExcluir
  2. Escrever é preciso. Vive-se juntando-se letras. Caminhando-se sobre as linhas. Revirando-se entre páginas. Colocando-se ali o real e o imaginário. O que agrada e o que aflige. E sempre se pode voltar à leitura sem que os escritos envelheçam. Nós sim é que amadurecemos e cada vez estaremos lendo pela primeira vez aqueles mesmos textos. Não foram os textos que mudaram. Somos nós que vamos modificando o pensamento diante daquele escrito.
    E o texto sempre será inédito.
    Marta.

    ResponderExcluir