terça-feira, 19 de março de 2013

Crítica pessoal

Quanta pobreza literal...

Eu penso, internalizo, construo, desenvolvo e volto ao zero, a desqualificação, ao nada. Para onde tudo vai mesmo? Onde está a verdade? Quem esconde a verdade e do que ela é feita? A ideia que me distrai é a de que possuímos conhecimento, ele existe, é real. Mas, eu conheço o que? E para quê, de fato, ele serve? Que grande confusão! Que horror! Que delícia! Vou do céu ao abismo, me desmaterializo, derreto e volto ao pensamento. Pensar continua doendo e para isso não há remédio, cura ou tratamento. Deste modo, permaneço no ambiente lúdico, na prisão mental.

Um comentário:

  1. Crítica feroz. Iasmin, não é assim. Foi demais.
    Respeite seu talento e aceite o que ainda está só iniciando.

    Pois que venha o lúdico com Fernando Pessoa:
    POEMA EM LINHA RETA
    Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
    Todos os meus amigos têm sido campeões em tudo.
    E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
    Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
    Indesculpavelmente sujo,
    Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
    Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
    Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
    Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
    Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
    Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda.
    Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
    Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
    Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
    Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
    Para fora da possibilidade do soco,
    Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
    Eu, verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

    Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
    Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
    Nunca senão foi príncipe - todos eles príncipes na vida...

    Arre, estou farto de semideuses!
    Onde é que há gente no mundo?
    Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
    ....... ........ ....... .......
    Tá vendo aí, Iasmin? Eu também sou ridícula. E daí?!
    Marta.

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