segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Sen tir

Sinto que está indo embora 
Sinto que está perdido
Sinto que nunca me esquecerá 
Sinto que não me deixará ir
Sinto que precisa de mim
Sinto que precisa mais de si
Sinto o que minha intuição me diz
Sinto o seu coração bater
Sinto a sua respiração entrar em mim
Sinto cócegas ao pensar em ti
Sinto ódio ao tentar te perder
Sinto excitação por te ter aqui
Sinto incômodo por me possuir 
Sinto buracos no peito ao te ver partir 
Sinto prazer em não mais te engolir
Sinto a saudade esfolar
Sinto a cura no momento em que te soltar
Sinto, sinto, sinto demasiadamente...

2 comentários:

  1. No mínimo um poema freudiano... Não consigo interpretar de outra forma! A ciência esqueceu-se de dizer aquilo que o coração e o corpo desejam ouvir. Por isso não consigo ver a psicanálise como parte de uma ciência. A Psicologia intenta ser ciência; a psicanálise afasta-se disso: não há uma ciência da alma, porque as emoções não podem ser matematizadas. Os tipos humanos, por mais que desde a grécia antiga permaneçam os mesmos (e isso justifica a presença de Édipo na teoria freudiana) ainda assim estarão para além de qualquer delimitação restrita; proclamar-se irrevogavelmente precisa é arriscar-se demais, por mais racionalizado que seja o conhecimento. Pelo simples fato que trata-se de alma e não de números.

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  2. Se soltar cura, então porque hesitar?!

    Há um fábula chamada A CORDA, em que o sujeito está agarrado a uma corda e não consegue dela se largar. Tem medo. Está apavorado.

    Alguém vem em seu socorro e, com serenidade e firmeza, diz-lhe para ir abrindo cada um de seus dedos para da corda se soltar.
    Chega ao último dedo e ele não se apercebe que já não está mais agarrado à corda e que seus pés já tocam o chão.

    Foi necessário que o outro o despertasse dos sentimentos ferrenhos que não lhe permitiam sentir os pés em segurança apoiados no chão.

    Precisou de uma pausa. De uma respiração.
    Só assim ele se apercebeu de que todo aquele medo foi em vão.
    Sempre teve os pés no chão.
    Agarrado a uma corda inútil.

    Se soltar a corda é a cura, solte-a sem hesitações.
    Marta.

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