Não tenho nome, endereço nem números. Sou um espírito em chamas perambulando pela terra, comendo muito mal, dormindo muito mal e sobrevivendo aos fantasmas vestidos de pele.
Sinto uma pura falta de quando achava isso tudo aqui um grande espetáculo e me arrepiava a cada nova-cena.
Hoje (risos)... Dou gargalhadas trêmulas de desgosto e temor. Sinto-me a protagonista da piada, o palhaço sem pintura, sem graça e sem o seu nariz vermelho. Um escritor sem inspiração, um cantor que perdeu para sempre a voz ou até mesmo uma flor, mortinha.
Questionada sobre os "porquês" de tanta melancolia, olho bem profundo para os olhos do (os) interrogador (es) e lhe(s) digo: Você lá tem as respostas para as tantas decepções vividas em seu mundo? Essa é a minha paz! Essa é a minha sobrevivência. Me larga! Deixa-me respirar até onde der.
Em dias assim faça como Carlos Drumond de Andrade - seja como O LUTADOR
ResponderExcluirLUTAR COM PALAVRAS
É A LUTA MAIS VÃ.
ENTANTO LUTAMOS
MAL ROMPE A MANHÃ.
SÃO MUITAS, EU POUCO.
ALGUMAS, TÃO FORTES COMO O JAVALI.
NÃO ME JULGO LOUCO.
SE O FOSSE, TERIA PODER DE ENCANTÁ-LAS.
MAS LÚCIDO E FRIO,
APAREÇO E TENTO APANHAR ALGUMAS
PARA O MEU SUSTENTO
NUM DIA DE VIDA.
Iasmin, com sua habilidade com as palavras, não há vazio que se sustente.
Marta.