quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Nenhuma alternativa além de Ser

Há quem não suporte a dor de existir. Basta “Ser” pra saber o quanto dói. Suportar seus próprios defeitos, o mau humor, sentir a pele em carne viva nos momentos de desespero, tentar fugir daqueles pensamentos mesquinhos que julgamos não nos pertencer e automaticamente não conseguir se mover. Decidir subitamente ter outra atitude diante de uma monótona situação, enquanto sua essência e o seu interior gritam: NÃO! VOCÊ É “DAQUELE” OUTRO JEITO, QUERIDINHO (A). FAÇA O QUE EU DIGO. E lá estaremos nós, agindo exatamente do nosso jeito, único e inevitável.

É chegado o momento em que resolvemos sentir o tão famoso – na teoria - amor próprio, respeitamos os nossos sentimentos, cedemos a desejos que não nos tire a edificação, e nos reconhecemos frente ao espelho. Abrimos à boca e gargalhamos nossas risadas, choramos nossas lágrimas e cheiramos o nosso próprio odor (natural).

“Experiências são intransferíveis”, já diria um professor que tive. A mãe é minha, o irmão é meu, e essas unhas aqui... Também. Os meus olhos não são iguais aos seus e nunca serão, sabe? A cor, talvez. Mas a pupila, o brilho e o que eles dizem são detalhes única e exclusivamente meus! Você ao menos imaginará o que sinto, por onde ando o que penso e para onde vou e isso me torna explicitamente individual, por isso somente eu sei quem sou literalmente e vice-versa. E me conhecendo tão bem...

Eu sei que sou alguém.





Um comentário:

  1. Náuseas existenciais resultaram em dramas da vida privada de pessoas comuns dos subúrbios cariocas sob a escrita ácida do genial Nelson Rodrigues.
    Humores contaminados também produzem boas dramaturgias.

    Há um ditado lusitano que diz:
    "O COMBOIO ERRADO PODE NOS LEVAR AO LUGAR CORRETO."

    Sempre há uma alternativa além de ser.
    Busque e ache!
    Marta.

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