quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Como comida

Aproxima-se a mim, Benjamim. Os teus cheiros me corroem, sabia? A tua fala me destrói. Como a tua pele me atrai, Senhor. Está tudo bem aí, contigo? Não sofra não, viu? Estou aqui para sarar as tuas feridas, para comer tuas comidas e beber da tua saliva. Me viva, me sirva, me cubra com tua pele em carne viva e me envergonhe em frente ao teu povo leal, fiel, são e guardião. Eu sou assim... Melancólica, dramática e simpática. Tenha dó de mim, me coma em silêncio e assim permanecerei diante de ti, Senhor. Mas seja meu, somente meu. E assim serei divinamente serva, eterna, paraplégica. Emocionalmente doente; servente. Exatamente como pretendes me deter: De forma visceral, dolorida, amarga, sofrida e consumida.

Um comentário:

  1. Homens não gostam de mulheres servis e, embora não admitam, preferem ser conduzidos. Mas tudo sem alardes para que ocupem a posição de comando.
    Sabendo disto, para quê o rastejo?!
    Uma boa mentira faz milagres para aqueles que acreditam no improvável.
    Quem é que serve, então?

    Marta.

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