quarta-feira, 1 de junho de 2011

A dor da gente não sai no jornal

Posso ouvir Chico Buarque até doer os ouvidos? E será isto possível? Posso ouvi-lo até o meu coração parar de doer? Posso pensar em suicídio e ao mesmo tempo gargalhar o prazer de sentir a fundo minha própria alma? Deixa, deixa eu te contar sobre essa sensação: Que delícia esta voz, que me diz de uma forma explicita e sutil (paradoxalmente mesmo) sobre o amor e o seus efeitos numa mulher. Como consegues? Como consegues tocar profundamente o meu ser, como se arrancasse qualquer sentimento destrutivo lá de dentro, mexendo com todos os meus sentidos? Desestrutura-me e monta-me no mesmo tempo, um tempo que não existe. Por que sabes que preciso que deixem em paz meu coração que ele é um pote até aqui de mágoa? Por que esse sorriso sublime, essa voz doce e esse jeito tão peculiar? Por que falas de assuntos que estupram da forma mais violenta a minha atenção, implorando-me para que meu corpo te ouça do jeito mais vulgar? Não canso e jamais cansarei de agradecer a existência de Chico, charmoso, visceral, poeta, épico, não-careta Buarque de Hollanda.




2 comentários:

  1. Eu sinto falta dessa intensidade toda, me faltando o ar para eu viver.

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  2. Iasmin, até que a vida a considere apta para a morte, vá vivendo seus encantos. Deixe os desvarios nos recantos do CAMARIM, onde a personagem de Chico delira cantando quase que arrebentado como uma cigarra em um dia tórrido de verão.
    E depois saia para ver A BANDA passar com o olhar de CAROLINA.
    Só não pense em suicídio. Melhor gargalhar de prazer.
    Marta.

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