domingo, 24 de abril de 2011

Num gole só

Logo eu, que digo não gostar de coisas mornas, me encontro assim, numa vida absolutamente morna. Nada de pouco ou muito acontece, quando acontece. Estou farta da mesmice, do nada, do quase, do se.
Tenho demonstrado estar distraida, quase feliz, ou uma infeliz conformada. Mas tudo o que toma conta de mim neste momento é a insatisfação. 
Eu quero de volta o exagero que sempre me acompanhou. O excesso, que de longe era o meu melhor aliado. Admiro em demasia a intensidade dos detalhes para viver assim, sem emoção, e para conviver com pessoas que nem sabem o significado dessa palavra.
Quero chorar, gritar, sorrir, amar, gozar, odiar, engolir, vomitar, me estapear, tudo isso de uma vez só, pra testar se diminui o tamanho do meu desespero.
Alguém acha a minha "expectativa", mesmo que frustrada, dilacerada e inútil aí pelo chão? 


Um comentário:

  1. Desespero é inútil. É no detalhe que vivem o anjo e o diabo. A depender do seu foco é um e não o outro que vai puxar a carroça de sua vida.
    Em qualquer opção, você é quem conduz a carroça. É quem tem a rédea e o chicote nas mãos. Portanto, assuma ter ou não satisfação.
    Marta.

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